Investigador pode contar tudo o que sabe de colegas corruptos

Será que o circo vai pegar fogo em 2010?

A Justiça de São Paulo concedeu “habeas corpus” para o policial Augusto Pena, que ficou 19 meses preso, acusado por usar escutas telefônicas para extorquir criminosos. O despacho foi publicado no Diário da Justiça no último dia 22.

Ele era amigo íntimo do ex-secretário-adjunto de Segurança Pública Lauro Malheiros Neto.

O último cargo do investigador Pena foi na disputada Delegacia Fazendária, quando foi preso em investigação conduzida pelo Ministério Público. O MP descobriu que um dos extorquidos por Pena era enteado do Marcola. Antes havia passado pelo Denarc, Suzano e Deic.

Digo tudo isso para dizer outra coisa: Pena passou o Natal fora da cadeia remoendo o que lhe aconteceu no cárcere.

Foi muito útil ao esquema. Depois da prisão foi descartado. Recebeu visitas poderosas quando estava no Presídio da Polícia Civil. Fizeram ameças para que ele não falasse o que sabia. Foi transferido para o interior e agora responde em liberdade.

Ele deve saber muito, já que o pouco que falou teve efeito devastador na cúpula da Segurança de São Paulo: em menos de seis meses Malheiros Neto e próprio secretário Ronaldo Marzagão deixaram os cargos.

Magoado, Pena promete não deixar as coisas como estão.

Parece que para se proteger vai abrir a boca e contar tudo o que sabe, pois acha que outros deveriam ter ido para a cadeia junto com ele. Promotores já têm horas e horas de gravações com o depoimento de Pena. A degravação, que virou documento em investigação, narra em detalhes os principais esquemas de corrupção da Polícia e até o Poder Judiciário de São Paulo é citado de maneira embaraçosa no depoimento.

Bem, essa história é muito suja para ser contada por inteiro agora. Mas podemos afiançar que tem muito barbado  com crachá de polícia com as barbas de molho, com medo do investigador Pena. Togados também.

Alguém já ouviu falar do tal bar do Totonho citado no depoimento?

Aguardem os próximos capítulos.